Como separar o seu lixo corretamente?
Agora que você já sabe onde vai parar o seu lixo e o impacto que isso causa no meio ambiente, podemos te ajudar a fazer a separação dos seus resíduos de forma adequada. Vamos lá?
Geralmente o nosso lixo é formado por resíduos de alimentos, papel, plástico, vidro, e metais. O que precisamos fazer é separá-los de forma correta para que sejam recolhidos pela coleta seletiva e encaminhados a um centro de triagem, onde poderão ser destinados à reciclagem.
Na nossa casa, a separação adequada do lixo foi a primeira prática sustentável que adotamos. Pode parecer uma pequena atitude, mas é essencial para o desenvolvimento de qualquer sociedade e pode evitar danos significativos às pessoas e ao meio ambiente.
Mas afinal, como você deve separar seu lixo?
Vamos começar pelo lixo orgânico, que representa 40% dos nossos resíduos diários. Orgânico é todo lixo que representa matérias de origem biológica, tanto da vida animal como vegetal, como restos de alimentos, papel, sacos de café e de chá, cascas de ovos, sementes, folhas, madeira, dejetos humanos dentre outros.
A ideia aqui é que o seu lixo orgânico possa participar de um processo de compostagem, conhecida como “reciclagem do lixo orgânico”. Você estimula a decomposição desses resíduos orgânicos e, com ajuda de minhocas ou microorganismos, os transforma em adubo natural, que reduz a sobrecarga dos aterros e ainda pode ser utilizado na agricultura, jardins, plantas etc. Essa técnica nada mais é do que devolver à terra o que é dela!
Hoje em dia existem várias composteiras domésticas no mercado, mas se você não possui interesse em compostar na sua casa, pode procurar um centro de compostagem na sua região para entrega dos seus resíduos orgânicos. Se nenhuma dessas opções for possível ou viável, o lixo orgânico deve ser encaminhado para a coleta comum dos seus resíduos. Se você ficou interessado pela compostagem, fique tranquilo pois futuramente faremos um post falando um pouco mais sobre esse processo incrível.
Agora vamos aos resíduos recicláveis.
Está cada vez mais fácil identificar embalagens recicláveis, porque a grande maioria é identificada com o símbolo da reciclagem. Mas vai aqui uma ajuda: plástico, vidro, papel, metal... Todos podem ser reciclados! Mas vamos conversar sobre cada material individualmente?
Primeiramente, o plástico. Separe as embalagens de plástico, pois a reciclagem pode transformá-lo em produtos que você jamais imaginaria: fibra para carpete, tecido, vassoura, óleo para motor, tubulação de esgoto e muito mais. Loucura, né? Mas o mais importante é que o plástico atua como um grande vilão ao meio ambiente, pois é tóxico e demora mais de 400 anos para se decompor. Como sempre repetimos por aqui, a regra é reduzir o consumo. Se não for possível, reutilize ou recicle!
E o vidro? Bom, embora o vidro não seja tão nocivo quanto o plástico ao meio ambiente, é um material que pode ser reciclado infinitamente, pois na sua reciclagem ele é derretido e se torna matéria-prima novamente para as indústrias. Para separação do vidro, não tem muito segredo. Apenas tome cuidados extras com o vidro quebrado, embrulhando bem em papel grosso ou colocando em uma caixa para evitar acidentes, tá bom?
Sobre o papel, você com certeza já ouviu falar em papel reciclado, né? Porém, alguns esclarecimentos são necessários. O papel higiênico que utilizamos no banheiro não pode ser reciclado, não tem jeito. Ele deve ser encaminhado para a coleta de lixo comum. Quanto aos demais papéis, evite amassá-los muito. Embora o papel amassado também possa ser reciclado, as fibras que o compõem acabam perdendo sua resistência com mais facilidade, o que torna o processo de reciclagem mais trabalhoso e ainda libera mais gás carbônico na atmosfera e utiliza mais energia, água e produtos químicos.
Muitos metais também podem ser reciclados. Estamos falando de latinhas de alumínio (bebidas) e de aço (sardinha, molhos, óleo etc), arames, pregos, parafusos, panelas sem cabo, papel alumínio e por aí vai. O metal reciclado mantém quase todas as características do metal comum, por isso pode ser reciclado diversas vezes (o alumínio, por exemplo, pode ser usado sem limites). Além disso, a reciclagem de metal gera renda para milhares de pessoas no Brasil, que, aliás, é um dos líderes mundiais de reciclagem de latinhas de alumínio! Que orgulho, hein?!
Chegamos ao óleo de cozinha. Você utiliza óleo para fritar alguma coisa na sua casa? Por favor, cuide bem dele depois. Coloque-o em uma garrafa, pode ser PET ou de vidro. Jamais despeje-o no ralo, jogue-o na lixeira ou no solo. Você sabia que 1 litro de óleo utilizado tem a capacidade de poluir até 400 mil litros de água? Isso mesmo! Seja responsável e descarte esse óleo em locais próprios para a coleta. Ou você pode fazer melhor ainda: descartá-lo da sua vida, que tal?
Em se tratando de pilhas, remédios, baterias e lâmpadas você precisa prestar bastante atenção quando for descartá-los também. Nada de jogar remédio pela privada! Você pode contaminar o solo e os mares dessa forma. A mesma coisa pode acontecer com as lâmpadas, pilhas e baterias, que possuem materiais como mercúrio, chumbo e cádmio, que são pesados, tóxicos e bioacumulativos (podem ficar durante milhares de anos retidos no meio ambiente). Para você ter uma ideia, se esses materiais forem depositados em lixões a céu aberto, acabarão contaminando os solos, lençóis freáticos e cursos d’água, o que fará com que cheguem à fauna e a flora da região e, por consequência, à nossa cadeia alimentar. Entendeu agora? As pilhas e baterias, em especial, devem ser devolvidas aos fabricantes ou depositadas em coletores específicos (já existe em vários pontos da cidade como terminais de ônibus, shopping etc).
Uma dica super útil e interessante que precisamos te dar é: separe todas as tampinhas das embalagens recicláveis e lacres das latinhas de alumínio que você usar na sua casa. As tampinhas de plástico financiam a castração de animais de famílias carentes e abandonados nas ruas. O nome desse projeto é Ecopet e funciona em todo estado de Santa Catarina. O projeto, realizado por voluntários, tem o intuito de conscientizar as pessoas da importância da castração e cuidados com os animais, especialmente cachorros e gatos. Isso porque reduz a superpopulação desses animaizinhos abandonados, risco de câncer, fugas, agressividade… Além disso, não deixa de ser uma linda atitude em prol do meio ambiente. A média é que são necessários 120 kg de tampinhas para castrar um cachorro de até 15 kg. Então, toda ajuda é bem vinda. Mesmo que na sua casa tenha apenas 2 pessoas, igual a nossa, você vai se surpreender ao se deparar com a quantidade de tampinhas que vocês terão juntado ao final do mês. E as tampinhas, que são constituídas de polipropileno (termoplástico que pode ser facilmente moldado usando apenas o aquecimento) foram escolhidas por ser um plástico com maior valor agregado no mercado e fácil de armazenar.
Em se tratando dos lacres, já existem instituições que trabalham com a sua venda e o valor recebido é utilizado para a compra de cadeiras de rodas, com o intuito de beneficiar pessoas que não possuem condições de comprá-las. A campanha que participamos é iniciativa do Rotary Club, e eles informam que é necessário 100 kg de anéis de alumínio para trocar por uma cadeira. Já existem diversas outras instituições realizando esse lindo trabalho, tanto com as tampinhas quanto com os lacres. Então, por favor, não deixe de procurar na sua região e participe também.
E mais uma informação importante: para que todos esses resíduos possam ser reciclados e não atraiam bichos em razão do mau cheiro, você precisa passar uma água neles! Aqui em casa, nós vamos colocando as embalagens utilizadas na pia, junto com a louça suja e depois lavamos tudo. E não, não é trabalhoso. É muito mais rápido do que você imagina.
Agora preste muita atenção: para que o seu processo de separação de lixo surta efeito, é preciso que haja serviço de coleta seletiva no seu Município. De nada adianta você separar todos os seus resíduos para que depois sejam misturados no caminhão de lixo comum. Este é um processo coletivo, e não individual. Procure se informar na Prefeitura da sua cidade e se não houver serviço de coleta seletiva na sua residência ou mesmo no seu Município, você deve levar seus resíduos recicláveis a algum centro de reciclagem próximo de você.
Dica final (prometemos, tá?): toda essa separação de lixo demanda utilização de um saco para armazenação dos resíduos, certo? Então se você puder utilizar sacolas biodegradáveis no lugar do plástico comum, também estará fazendo muita diferença. Os saquinhos de lixo menores que você coloca no banheiro ou na cozinha também podem ser substituídos, por exemplo, pelos saquinhos de pão que você recebe na padaria, sabe? Quanto menos plástico melhor e não custa nada, concorda?
Eu tenho certeza que depois que você colocar em prática todos esses passos, você nunca mais voltará a fazer como antes. Temos que ter consciência de que somos responsáveis pelo lixo que produzimos. Faça a sua parte!
FONTES
https://www.educacao.cc/ambiental/coleta-seletiva-de-lixo-cores-e-tipos-lugar-de-lixo-e-no-lixo.html
https://razoesparaacreditar.com/tampinhas-plastico-castracoes-animais-sc/
https://www.jornalcruzeiro.com.br/sorocaba/rotary-transforma-lata-e-lacre-em-cadeira-de-rodas/
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