Slow Fashion



Na semana passada fomos surpreendidos de maneira muito positiva com a divulgação da nova marca da Marina Ruy Barbosa, a Shop Ginger, onde ela uniu moda, sustentabilidade e arte, uma paixão que sempre fez parte da vida dela.

Ter um nome como o dela, figura pública que atualmente possui 36.7 milhões de seguidores no Instagram, ajudando a levantar essa bandeira é uma grande conquista porque fará com que muitas pessoas se interessem pelo tema.

Precisamos reconhecer que o isolamento causado pela pandemia do coronavírus mudou os hábitos de vida de muitas pessoas. Quem antes não tinha tempo para nada acabou conhecendo o ócio. Finalmente sobrou tempo para ficar com a família sem pressa, almoçar na mesa, conversar, refletir e descobrir que conseguimos viver com muito menos do que imaginávamos.

E é aí que entra a importância do movimento slow fashion. Não é a quantidade de roupas e acessórios que você tem no armário que vão fazer diferença no final das contas. Mas vamos te explicar do começo.

A moda é o 2º maior setor que gera impactos negativos no meio ambiente, perdendo apenas para o petróleo. A poluição ambiental e o esgotamento dos recursos naturais são alguns dos problemas causados por essa indústria. Uma simples calça jeans utiliza cerca de 10 mil litros de água para ser produzida!

Esse gasto de água se dá em razão da produção do algodão, fibra mais utilizada pela indústria da moda e corresponde a 25% do consumo mundial de inseticidas, e agride não só o meio ambiente, como também a saúde dos agricultores. Em média, o cultivo de algodão é responsável por 80% do consumo de água total de fabricação e por 45% das emissões de gases efeitos estufa associadas ao setor têxtil.

Além disso, não podemos deixar de mencionar que esse setor é frequentemente associado à exploração do trabalho, seja ele infantil, escravo, realizado em ambientes insalubres… sempre o lucro se sobrepondo ao ser humano e ao nosso planeta. 

Atento a essa triste realidade, o movimento Slow Fashion nasceu aproximadamente em 2004, em Londres, impulsionado pela jornalista de moda Angela Murrills, para conscientizar as pessoas e sugerir uma alternativa de moda sustentável na globalização. Definido como uma moda “mais devagar”, onde todo o processo de produção da roupa deve ser levado em consideração e tudo é feito de maneira transparente. Menos modelos e peças de roupas assim como menos poluição e menos utilização dos recursos naturais.

O movimento Slow Fashion valoriza o local em que as peças são produzidas e a produção em pequena e média escala, assim como busca uma maior proximidade entre produtores e consumidores. Também incentiva o cultivo de algodão orgânico e trabalha com a ideia de que as peças devem ser feitas para serem duráveis e não descartáveis. Não é um trabalho lindo?

O Slow Fashion se contrapõe ao Fast Fashion, que nada mais é do que moda “rápida”, tanto em relação à produção quanto ao consumo. Esse modelo de produção teve origem na Europa com as grandes varejistas como Forever 21, GAP e Zara, com fabricação de roupas em larga escala e seguindo tendências, conforme a mídia nos “orienta”. Somos constantemente induzidos à esse sentimento de que precisamos ter roupas para todas as estações e no próximo ano elas já não estarão mais na moda, tudo para ocasionar esse consumo em massa. 

Atualmente, temos no mercado peças muito baratas com qualidade e durabilidade abaixo da média. E a indústria da moda não para. Estima-se que sejam produzidas cerca de 80 bilhões de peças de vestuário por ano!

Dentro desse cenário, os impactos ambientais são prejudiciais e se estendem por todo o ciclo produtivo. Primeiro é necessário que ocorra a preparação e extração da matéria-prima, onde é necessário o uso de agrotóxicos e nesse momento acontece a contaminação do solo, da água ou do ar. Além disso, é necessário alta demanda por recursos hídricos e energéticos, criação de animais em situações precárias, desmatamento, destruição de habitats etc.

Depois, passa-se para o processo de produção, no qual novamente são utilizados recursos hídricos e energéticos e muitas vezes são também desperdiçados. Durante essa etapa, a matéria-prima se transforma em produto final, depois de ter sido tingida, lavada e secada. Em seguida, o produto está pronto para ser transportado e isso, claro, envolve a poluição do ar, considerando o transporte a ser utilizado, até que finalmente a mercadoria passa a ser comercializada.

Não podemos esquecer que depois que o produto passa ao consumidor final, é constantemente lavado e secado, o que também gera impactos no meio ambiente se acontecer de forma descuidada. E quando deixa de ser utilizado, muitas vezes ao invés de ser doado, reparado ou reciclado ele acaba indo parar em lixões ou aterros sanitários, o que compromete sua vida útil.

Novamente, voltamos aos R’s da sustentabilidade sobre os quais já conversamos aqui no blog: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar, reparar, recusar e reintegrar. Tudo isso para evitar que as nossas peças de roupa, que custaram tanto ao meio ambiente para serem produzidas, não sejam descartadas sem que tenham sido aproveitadas ao máximo.

A forma como consumimos precisa mudar. Devemos dar preferência para roupas atemporais e peças que, inicialmente, possam até custar um pouco mais caro, mas que sabemos que sua durabilidade será maior e que foram produzidas com o menor impacto ambiental possível. 

As grandes indústrias só vão mudar a forma de produzir quando os consumidores exigirem isso delas, deixando de adquirir produtos fabricados sem sustentabilidade e responsabilidade ambiental. E os consumidores só agirão dessa forma quando tiverem consciência de todos os danos que esses processos causam. Por isso, tão importante quanto aderir ao movimento Slow Fashion, é ajudar a espalhar essa mensagem. Vamos juntos!

Fontes:

https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/falando-de-sustentabilidade/noticia/2019/01/07/os-desafios-da-industria-da-moda-para-diminuir-o-impacto-ambiental.ghtml

http://www.petesa.eng.ufba.br/blog/impactos-da-industria-da-moda-no-meio-ambiente

https://medium.com/@juliafalvarenga/https-medium-com-juliafalvarenga-a-industria-da-moda-e-uma-das-mais-poluentes-do-mundo-f7c30bf8be83

http://www.ariananasi.com.br/a-diferenca-entre-slow-fashion-e-fast-fashion/


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lançamos nossa loja!

Os 7 R's da sustentabilidade

DICAS para conservar seu sabonete por mais tempo!